quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Presente de Natal!

Recebi este selo do blog "Abrindo a cabeça" (http://coracaoonline.blogspot.com/) há alguns meses atrás e com este atraso venho postá-lo, não sem antes agradecer a blogueira e autora do blog, Tatiana, a qual admiro e respeito por tudo que escreve.


Segundo as regras, devo presentear também com este selo mais 10 blogs, e cada um destes deve presentear outros 10, além de divulgarem em seu blog o selo e o link do presenteador. Eis a lista:








Penso. Logo creio. (http://williamkoppe.blogspot.com/)




Outro selo que ganhei recentemente veio do blog http://blogkawai2.blogspot.com/.

Com este não vieram regras, mas deixo claro que também presenteio os seguintes blogs:

LiterAmado (http://literamado.blogspot.com/)

Luz, Sentido e Palavra (http://luzsentidoepalavra.blogspot.com/)

Além do que se vê (http://bloggalemdoqueseve.blogspot.com/)

Pensatividades (http://pensatividades.blogspot.com/)

Apartheid na Palestina (http://apartheidnapalestina.blogspot.com/)

Intensivo (http://intensivo.wordpress.com/)

Paradoxo Visceral (http://paradoxovisceral.blogspot.com/)

Penso. Logo creio. (http://williamkoppe.blogspot.com/)

Filosofilmes (http://filosofilmes.blogspot.com/)

Abrindo a cabeça (http://coracaoonline.blogspot.com/)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pluralidade

A gaivota bate as asas. Alça vôos desimpedidos sobre as águas do mar azul. Entre penas mergulha no vento, sente sua força. Ora ela o enfrenta quase a parar, no ar fica como se estivesse a levitar, flutuar; ora ela se permite entrar em seu curso, deixando-se acelerar num vôo célere, arrasador e certeiro, carregado de adrenalina. As aves têm disso? Não sei... Nem importa se sabemos. Suas asas são de liberdade, embora ela não o saiba. A consciência não lhe perturba, sua famosa “voz” não fala com gaivotas. Mas ela segue pairando nos ares vagos. Existem muitas maneiras de experimentar a vida.

O cão passa com seu focinho atento que o guia e o leva aos lugares de odores familiares ou quem sabe para os mais tentadores. São peripécias de um destino jamais traçado, dado aos acasos dos temperos ou dos lixos. Seu faro segue sem as ditas “boas maneiras” entre o podre e o fresco. Como foi dito, os cães não se dão com as etiquetas. Alguns não conhecem nem mesmo os limites de ter um dono. São livres mesmo sem sabê-lo. Ele cheira, fuça. Existem muitas maneiras de experimentar o mundo.

Os carrapatos sobem com suas patas minúsculas. Elas procuram árvores, madeiras, lugares altos. Sem saberem o nome, carregam consigo a dádiva da paciência. Passam dias, semanas, meses e mais meses em jejum. Mas por isso não são santos. Que o digam os cães. Lá em cima essas criaturas recebem seu estímulo que vem de baixo, permitindo-se uma livre queda que não os leva ao grau de suicidas. Pelo contrário, é chegado o momento de se alimentarem, de sugarem sangue, de brincarem de vampiro. Sugam um sangue sem roubar a condição mortal de suas vítimas. Eles não sabem que muitos os odeiam. Liberdade da vida artrópode. Existem muitas maneiras de experimentar o outro.

A amante rodeia, espera. A paciência é seu algoz e seu ponto de ebulição. Ela a fada líquida e afrodisíaca. Entrega-se em deleite ao irromper em braços de abraços, suores, tremores. A amante toca, tateia, sente. A amante lambe, prova, degusta. Essa mulher não conhece as amálgamas da antiga instituição burguesa. A histeria não lhe encarna num divã. Seus encontros não exigem troca de alianças. Ela está livre para fugir e para gozar. Livre para deixar. Existem muitas maneiras de experimentar os corpos.

O drogado alucina. O louco delira. A formiga ajunta. O leão mata. A hiena ri. A criança fantasia. O palhaço se pinta. A menina também. Um rizoma se espalha. O inferno suicida. A cobra ataca. O atleta corre. O recém-nascido chora. O recém-nascido mama. O músico ouve. O poeta finge. O jovem quebra. Os olhos pedem. Uma voz se espalha. Os budistas meditam. O preguiçoso dorme. Um furacão levanta. O tsunami engole. O camaleão engana. A lagarta faz-se borboleta.

Existem muitas maneiras de experimentar...


Bruno Costa