terça-feira, 22 de junho de 2010

Os Sete Pecados Capitais: PREGUIÇA

Não é fácil lidar com a saudade, com o sofrimento... com a morte. Quando precisamos enfrentar tais situações ou sentimentos, muitas vezes nos desestabilizamos.

E não foi diferente com Ana. Sempre ocupada com o viver, não tinha tempo pra pensar no extremo da vida: a morte.

Em um dado momento, Ana percebe que mal tinha tempo para pensar em si, mal tinha tempo para desejar... mal tinha tempo para, de fato, viver. Ia morrendo aos poucos. Sem qualquer real existência. Sobrevivia. Realizava atividades sem desejá-las, sem refleti-las, apenas cumpria o script que tinha recebido de si mesma, pela produção injetada por um sistema padronizado de mundo, onde ser diferente ou ter ações distintas da "massa" te torna: o estranho.
É nesse mundo em que não se é permitido parar, que a preguiça é condenada.

Ana então, se permitiu a lentidão. Passou a desejar seus atos, a pensá-los, a degustá-los. Passou simplesmente a não fazer, não ir, a não dizer, ou apenas a dizer não. A assumir a preguiça que muitas vezes nos visita.. ainda que sejamos desde pequenos ensinados a dispensá-la. Ana rejeita o que tinha aprendido: no fruir da vida contemporânea "ficar parado" não é bom... "bom" é ser dinâmico.



Ana segue devagar... recebendo olhares... já não tem mais pressa!



Joyce Abbade